sexta-feira, 17 de junho de 2011

CHACINA ECOLÓGICA EM CONSELHEIRO LAFAIETE



Obras de implantação do aterro sanitário já foram iniciadas
Após conhecer a área em Conselheiro Lafaiete onde será implantado o aterro sanitário regional, o militante da causa ambiental Ricardo da Rocha Vieira, conhecido como Pardal, denunciou que a construção causará um dano ambiental sem precedentes à cidade, já que condenará à morte uma área de 20 hectares de mata atlântica.
Embora presidente Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente – CODEMA, Pardal frisou que não fala em nome da entidade, uma vez que consultou muito mais documentos do que os repassados oficialmente ao órgão durante o processo de licenciamento imposto ao ECOTRES; consórcio formado pelas cidades de Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco e responsável pela implantação do projeto.
Mata Atlântica pode desaparecer para implantação do aterro sanitário
Pardal questionou a rapidez da obtenção do licenciamento junto ao governo do estado lembrando que, conforme resolução do Conselho Nacional de Meio-ambiente - Conama, aterros sanitários só podem ser licenciados ao término de complexos e minuciosos estudos de impacto que, se tivessem ocorrido, não recomendariam a construção na área escolhida. O ecologista afirmou que, em ofício encaminhado ao órgão ambiental encarregado de avaliar a liberação do licenciamento, o Ecotres atesta que a implantação do aterro no local indicado causará impacto de baixa intensidade, o que não corresponde à verdade em razão do patrimônio natural que irá se perder, cujo tamanho é equivalente ao de 20 campos de futebol.
Nascentes do Córrego Souza estão em risco máximo de contaminação, diz Pardal
Para Ricardo Rocha, o ECOTRES vende para a população uma imagem totalmente distorcida dos impactos ambientais decorrentes da implantação do aterro. "Cercar nascentes somente, não adianta, pois todas estão condenadas à contaminação, pois não há aterro sanitário com 100% de eficiência na captação do chorume gerado pela decomposição do lixo. Certamente, haverá infiltração no solo que chegará ao lençol freático e contaminará as águas do Córrego do Souza, mesmo com todas as medidas implantadas para evitar que isso aconteça. Nem a própria legislação acredita que a captação de todo o chorume seja possível, pois ela fala em redução dos impactos gerados e não em eliminação desses impactos."
Implantação do aterro ameaça fauna, flora, recursos hídricos, segundo denúncia
Ministério Público

Segundo o ambientalista (foto), com o início das obras, metade dos 20 hectares de Mata Atlântica já foram derrubados. Acusando as três prefeituras de promover uma chacina ecológica, o ambientalista frisou que, para acomodar o próprio lixo, além do gerado por Ouro Branco e Congonhas, Lafaiete está abrindo mão de uma riqueza natural inestimável. Pardal também cobrou explicações à Gerdau Açominas, por ter feito a doação de um terreno muito mais propício a abrigar um parque florestal ao invés de um aterro sanitário.
O Ministério Público, através da Curadoria do Meio Ambiente já está de posse das denúncias de irregularidades no licenciamento ambiental, bem como, de documentos encaminhados pelo ECOTRES e o ambientalista diz não ter dúvidas ao afirmar que os técnicos do Ministério Público não terão nenhuma dificuldade em confirmar as irregularidades que ele denuncia à população de Lafaiete. “É preciso que a população de Lafaiete fique sabendo que este Consórcio Intermunicipal do Lixo só é bom para Ouro Branco e Congonhas, e extremamente lesivo para Lafaiete, que vai receber todo o lixo gerado nestes outros municípios, e nós precisamos reagir contra esta barbárie”, alerta o ambientalista.
Fotos cedidas por Ricardo Rocha/créditos www.fatoreal.com.br

terça-feira, 14 de junho de 2011

 Lei das sacolas de BH. 

 “Ecologicamente correto. Politicamente mal elaborado!” 
Texto de Selma Sueli Silva

O plástico faz parte de nossa vida – dos óculos à sola de sapato, do móvel de cozinha o painel do automóvel tudo pode ser feito de matéria plástica.
Desde 1862, quando o inglês Alexandre Parker produziu o primeiro plástico, a fabricação de produtos com a utilização dessa matéria-prima nunca mais parou. É prático, maleável e barato.
No entanto, o uso em escala global acabou gerando um problema – o tempo que o plástico demora para se decompor na natureza: mais de 100 anos, o mesmo que pneus e embalagens longa vida, enquanto o papel, por exemplo, se decompõe em 3 meses. Já um prosaico chiclete cuspido no chão levará 5 anos para desaparecer, muito menos que as latas de alumínio que levam mais de 1000. O que fazer então?
A solução passa por uma palavrinha mágica, presente na boca de todos os políticos, escrita em todos os programas partidários, falada em todos os palanques e, praticamente, esquecida depois das eleições: Educação. Um povo educado sabe que lixo não é somente uma coisa inútil. Sabe mais; sabe que comunidade limpa não é a que mais se varre, mas a que menos se suja. E aí entra em cena outra palavrinha mágica relacionada ao lixo: RECICLAR, pois grande parte dos materiais que vão para o lixo pode (e deveria) ser reciclada. Mas é preciso começar reciclando os nossos conceitos.
Existem cinco princípios para pessoas com compromisso ambiental. São 5 erres: Repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. Devemos repensar nossas necessidades básicas e escolher produtos de menor impacto ambiental; nos recusar a consumir um produto que provoque alto impacto ambiental; reduzir o consumo cotidiano de recursos naturais como energia elétrica e água e de produtos nocivos ao meio ambiente; reutilizar materiais e, finalmente reciclar produtos que se tornariam lixo, para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Daí a importância da coleta seletiva do lixo.
Para se colocar em prática esses cinco princípios, uma cidade precisa ter política ambiental séria e uma população que se eduque, se conscientize e se reocupe com o desenvolvimento sustentável – em outras palavras, uma população que seja capaz de alcançar um progresso que não comprometa o futuro.
E no quesito educação ambiental, que nota você daria à nossa cidade? E ao povo? Infelizmente, no Brasil prevalece o senso comum. A medida mais eficaz pode não ser a escolhida se não der, ao político, visibilidade imediata. Por isso, passou da hora de se investir em educação, única força capaz de, efetivamente, transformar a realidade. Mas o que vemos é a rede de ensino público em greve por melhores salários e condições de trabalho. Sem aulas, sem respeito aos professores e às famílias, garantimos o zero na formação da consciência cidadã.
E a coleta seletiva do lixo? Belo Horizonte ainda está longe do ideal: Atualmente, o serviço atinge somente 9% dos bairros de Belo Horizonte ou 30 os 324 bairros com recolhimento de lixo.
Diante dessa inércia, o vereador Arnaldo Godoy, do PT, tomou a dianteira como autor da à Lei Municipal 9.529 de 2008, que proíbe o uso de sacolas lásticas feitas de derivados do petróleo, para qualquer tipo de estabelecimento no comércio, seja supermercados, lojas ou drogarias, que devem oferecer sacolas fabricadas com materiais compostáveis.
Belo Horizonte virou manchete nacional graças a essa idéia. O Brasil produz, anualmente, 210 mil toneladas de sacolas plásticas, que representam 9,7% da média do lixo no país. Jogadas nos bueiros, as sacolas entopem as redes de esgoto, causam enchentes e dificultam a decomposição do material orgânico.
Mesmo ignorando o princípio básico de que tudo começa com a educação, a idéia parecia até perfeita já que parte do comércio já usava a sacola oxibiodegradável, que se desintegra e vira um pó que pode ser consumido por bactérias em apenas 18 meses.
Mas o tiro saiu pela culatra. É que, percebendo as brechas da lei – de novo as brechas da lei, o comércio viu aí a possibilidade de se livrar de um custo e repassa-lo ao pacato e incauto cidadão. O deus lucro falou mais alto e, depois da lei, supermercados que já forneciam as sacolas ecológicas deixaram de fazê-lo e pior, passaram a cobrar 19 centavos por elas.
Mesmo com a lei não proibindo o estabelecimento de pensar em formas alternativas para acondicionamento das mercadorias, o comércio não se viu no dever sequer, de embrulhar os produtos vendidos. Pior para nosso ouvinte Manoel Carvalho que comprou um pacote de papel higiênico e foi obrigado a percorrer todo o bairro, com o produto debaixo do braço…
E as agruras do consumidor não páram por aí: Desde 18 de abril, segundo projeção da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens de Plástico, em Belo Horizonte, cada família teve um acréscimo ao orçamento doméstico de cerca de R$ 15,00 mensais com a compra de sacos plásticos. Isso no início, já que, mais uma vez, os espertinhos de plantão vendo a possibilidade do lucro fácil, praticamente dobraram o preço dos sacos plásticos para lixo. Se a economia do cidadão não foi resguardada, o mesmo não se pode dizer dos lucros das grandes redes do comércio, que passaram a não ter como despesa, a compra das sacolinhas. Essas redes tiveram uma economia estimada em R$ 4,7 milhões ao ano. A conta agora, depois da lei ecologicamente correta, passou a correr por conta do freguês.
Que o meio ambiente deva ganhar sempre, ninguém duvida. O que não dá para engolir é que o consumidor perca sempre e os empresários lucrem cada vez mais. Acaso, consciência ecológica só vale para os mortais comuns? Se é pra ajudar o meio ambiente, o empresário não só sai de campo como ainda lucra em cima?
Enquanto mexem em nossos bolsos , algumas perguntas continuam sem respostas. A lei fala em sacolinhas compostáveis, que leva amido de milho na composição e deve se biodegradar em 180 dias. Esse processo, gera gases que aumentam o efeito estufa. Então, essa sacolinha pode não trazer todos os benefícios prometidos, caso não tenha a destinação adequada. A sacola compostável somente seria adequada se existisse coleta seletiva e usina de compostagem. Sem isso, o que estamos fazendo é jogar comida no lixo. Ou seja, faltou informação, faltou educação. Para Eduardo Van Roost que estuda plásticos há 12 anos, o mais adequado às condições brasileiras é o plástico oxibiodegradável que, ao contrário da sacolinha compostável, pode ser reciclado. Além disso, cada sacola oxibiodegradável custa cerca de R$ 0,03, enquanto a compostável sai a R$ 0,19, seis vezes mais cara. Bingo! De novo o dinheiro aparece em cena e parece movimentar interesses escusos e não declarados.
É…! A gente pode até ter entrado de gaiato no navio, mas permanecer nele, deve ser uma opção.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

SOS - TRÊS NASCENTES SERÃO DESTRUÍDAS CASO PERMITAM A INSTALAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO



O ECOTRES consórcio dos municípios de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco contrariando seu fim legal, impossibilitou a implantação de uma biousina da empresa REGAFE, com investimento da economia privada e capacitada para beneficiar 100 toneladas de lixo por dia,que corresponde ao lixo dos três municípios envolvidos, gerando 114 empregos diretos, e somente receberia o lixo do município depois de testada e liberada pelos órgãos competentes, com prazo máximo para implantação de 12 meses.
Portanto, sem qualquer risco para o município e para o meio ambiente (nascentes e mananciais) contrário ao que acontecerá caso o aterro sanitário seja instalado no alto da Varginha,conforme representação feita ao MP em Conselheiro Lafaiete por sitiantes ( matéria veiculada no Jornal Folha Livre edição de 04.06.2011).
 


Não devemos aterrar o lixo, devemos sim enterrar de vez a desinformação, a falta de vontade e a ineficiência!


terça-feira, 7 de junho de 2011


CONSÓRCIO MODELO DE RECICLAGEM DE LIXO


O Consórcio Intermunicipal de Reciclagem e Compostagem do Lixo – URC

com sede no município de Cristiano Otoni e parceria entre os muncípios
de Queluzito, Casa Grande, Caranaíba e Santana dos Montes, entrou com
pedido junto ao FEAM – Fundação Estadual de Meio Ambiente para mudar
seu atual processo de compostagem para biodigestão anaeróbica da
fração orgânica que será o projeto piloto no país.

Para se ter uma idéia do que isto significa para a própria usina,
relataremos os dois processos:

COMPOSTAGEM AERÓBICA

FIGURA 1-Usina de Cristiano Otoni com compostagem

Neste processo, fazem parte da fração orgânica as sobras de comida e

sobras de frutas e legumes e a compostagem se dá pela sua distribuição
em montinhos em pátios descobertos com decomposição aeróbica, através
de bactérias presentes, com revolvimento e umidificação diária durante
 aproximadamente 180 dias.
Neste período é impossível controlar a emissão de gás metano (25 vezes
mais poluentes que o gás carbono),no meio ambiente e também o odor
fétido e  chorume em dias chuvosos, inevitável quando transbordam as
piscinas de tratamento.
É um processo que tem custo da mão de obra na distribuição, montagem e
revolvimento dos montinhos e posterior peneiramento do composto
orgânico, representando aproximadamente  40% da fração orgânica.
As sobras do peneiramento, que representam aproximadamente 60% da
fração orgânica inicial, juntamente a outros rejeitos, são depositados
em valas profundas e revestidas com plásticos, para bio degradação por
aterramento.

BIODIGESTÃO ANAERÓBICA

FIGURA 2- Aspersão de biofertilizante por fertirrigação e chorumeira.



Trata-se de processo totalmente lacrado, com ausência de oxigênio e
sem qualquer tipo de contaminação ambiental, onde a fração orgânica do
lixo se transforma em biogás e biofertilizante, simultaneamente, sem
exalar qualquer tipo de odor. Como fração orgânica, também são
considerados papéis e papelões que não servem para comercialização
(picados ou sujos), bem como papel higiênico, guardanapos e lenços de
papel, que são triturados e a massa semelhante a uma vitamina feita em
liquidificador é depositada em tanques biodigestores por
aproximadamente 30 dias, onde por ação natural das bactérias se
transforma em:

BIOGÁS  para ser utilizado diretamente como energia, reduzindo os
custos da conta de luz da usina ou simplesmente como tocha
incineradora de produtos recicláveis não comercializáveis.

BIOFERTILIZANTE, melhor recuperador de solos degradados e de pastagens
que existe, poderá ser distribuido entre as prefeituras do consórcio
ou comercializado nas propriedades vizinhas.




quinta-feira, 2 de junho de 2011

BIO USINAS
ADOTE ESSA IDÉIA
Por processo limpo e inodoro, biousinas ( www.biousina.com.br) são auto-suficientes em energia  trazendo benefícios diretos para a população e para o meio ambiente.
Temos com proposta utilizar como mão de obra legalizada, os atuais catadores dos lixões e de material reciclável, aproveitando sua experiência e colocando em prática a verdadeira cidadania. 
Lixo= matéria prima
A maioria das cidades é perdulária. Enterram ou jogam fora uma fortuna em materiais recicláveis que poderiam aumentar a riqueza da população e reduzir sistematicamente danos ao meio ambiente.
Todo o lixo domiciliar pode virar algo útil. Sem exceção.
Uma política voltada para a reciclagem eco consciente do lixo contribuirá para a redução da poluição, para a melhoria da qualidade das águas e, também, para a geração de emprego e renda.
Um dos maiores potenciais desperdiçados, é o não aproveitamento do lixo orgânico, que geralmente vem de restos de alimentos,papel higiênico, guardanapos, etc, e que  podem ser reciclados em   bio fertilizante para ser utilizado na recuperação de solos degradados, evitando o desmatamento, seja para agricultura ou formação de novas pastagens.
Não devemos aterrar o lixo orgânico, devemos enterrar de vez  a desinformação, a falta de vontade e  a ineficiência!