quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ATERRO SANITÁRIO

Foi autorizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais o reinício das obras do Aterro Sanitário Ecotres em área de mata nativa do Bioma Mata Atlântica. O empreendimento é executado na região das nascentes do Córrego do Souza, sem a elaboração de estudo de impacto ambiental e consulta popular em audiência pública.

A legislação de proteção da Mata Atlântica proíbe um empreendimento desse porte naquele local, pois impacta o corredor ecológico dos animais silvestres, os mananciais, além de impor o desmatamento de 9 hectares de mata nativa.

Existe na região uma alternativa locacional ao empreendimento na cidade de Congonhas. Portanto, a autorização para implantação das obras viola integralmente a legislação ambiental que visa proteger o que resta de um dos biomas mais importantes do Planeta Terra.

A Ong Reciclar certamente recorrerá da decisão, pois entre os objetivos previstos no seu estatuto está a proteção ambiental e como ONG Cidadã não podemos compactuar com o gasto de dinheiro público, no Estado Democrático de Direito, seja efetuado em descumprimento integral da lei e da Constituição Brasileira.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

PLENÁRIA SOBRE INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

PLENÁRIA SOBRE INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
DIA:29 NOVEMBRO 2011
Câmara Federal
Plenário 15 - Anexo 2 10:00

A Coalizão Nacional contra a Incineração de Lixo propôs ao Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, Deputado Giovani Cherini, a
realização de uma Plenária para debater a questão da implantação de incineradores no país como alternativa tecnológica para gestão de resíduos sólidos.

A Lei 12.305/2010 que institui a PNRS, bem como o Plano Nacional (em consulta pública) enfatizam a prioridade em reduzir, recuperar e reciclar resíduos secos e úmidos, bem como a importância de se implementar programas, políticas e ações, em âmbito municipal e regional que tragam soluções consorciadas e que integrem as
associações e cooperativas de catadores. Mas, no sentido contrário a esta diretriz, estão acontecendo manifestações e iniciativas pelas Prefeituras, em distintos estágios, de implantação de incineradores como solução para o tratamento de resíduos, o que
pode representar grandes riscos à saúde humana, pública e ambiental. Além dos altos custos destes equipamentos e da falta de estrutura nos municípios para monitorar as emissões de substâncias tóxicas, os municípios podem ficar comprometidos, ademais, por cerca de 20 anos, com uma única tecnologia. Assim, é urgente debater este tema em âmbito nacional, junto a parlamentares que nos representam e à sociedade civil.

A mesa desta plenária está composta por:

Giovani Cherini:
Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados,
coordenador da plenária
Maria Mônica da Silva: representante do MNCR

André Abreu: representante do France Libertés
Virgílio Faria: Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC

Magdalena Donoso: representante da Rede Internacional Alternativas à Incineração
- GAIA

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Beija-flor-de-gravata-verde

O beija-flor-de-gravata-verde, Augastes scutatus (Temminck, 1824), é uma ave apodiforme da família Trochilidae.


Características
Possui gravata verde, faixa peitoral esbranquiçada, barriga cinza azulada.

Alimentação
Alimenta-se de néctar das plantas.


Reprodução
Hábitos reprodutivos…


Hábitos
Habita regiões pedregosas e semi-áridas, dos cumes de serras e chapadas. É uma das duas únicas espécies de beija-flor endêmicas do Cerrado Brasileiro que estão restritas aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. É classificada como espécie ‘quase ameaçada’ globalmente (BirdLife International 2000), por possuir área de ocorrência limitada que sofre influência do ser humano. O macho possui hábito territorialista, defendendo manchas de recursos florais, e empoleirando-se em arbustos para emitir vocalizações agonísticas contra intrusos.

Distribuição Geográfica
É relativamente comum na Serra do Espinhaço, norte de Minas Gerais, desde Montes Claros, Grão Mogol e Diamantina, até a Serra do Cipó, em Belo Horizonte, Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete.

Foto beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus) por Gustavo Pedersoli | Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil

Foto beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus) por Gustavo Pedersoli | Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PROTEÇAO A MATA ATLANTICA. UM SONHO POSSIVEL!

Não podemos compreender que o modelo de desenvolvimento a qualquer preço sem promover a inclusão social e justiça social, a redução das desigualdades ainda ressoe em nossa cidade ante ao imperativo global da necessidade de mudar mentalidade e práticas em prol da sustentabilidade.

A sustentabilidade aponta para a necessidade de conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental, ou seja, a convergência dos meios de produção com o uso inteligente dos recursos naturais.

A Ong Reciclar evidentemente reconhece a importância da política pública estadual de eliminar os lixões e vazadouros existentes no Estado de Minas Gerais, sendo importante neste contexto, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos que incentiva a formação de cooperativas de catadores de papel, a elaboração do plano municipal de gerenciamento integrado para promover a coleta seletiva das cidades, a criação de centros de triagem do lixo. Entretanto, como ONG cidadã exigimos o cumprimento da Constituição Federal, da legislação de proteção ao bioma Mata Atlântica, reconhecidamente patrimônio nacional pela Lei Maior.

Não podemos compactuar com o desmatamento de cerca de 9, 5 H a de mata nativa e em estágio avançado de regeneração dos 11% do Bioma Mata Atlântica, que restam na região para implantação das obras do Consórcio Ecotres, que violam expressamente a Constituição Federal ( art. 225, §1º IV e §4º ), bem como a Lei n. 11.428/06 , que proíbe a implantação de qualquer empreendimento em Mata Atlântica sem a elaboração do EIA-RIMA, e a discussão em audiência pública das externalidades negativas resultantes das obras e da implantação do aterro sanitário, tais como: impacto na fauna existente, nos recurso hídricos e junto aos moradores da região.

O exercício pleno da cidadania no Estado Democrático de Direito pressupõe a participação do cidadão no processo das decisões políticas ambientais, especialmente nas obras ou empreendimentos capazes de causar impacto ou degradação do meio ambiente. Neste sentido, os estudos ambientais são de ordem de importância não para criar obstáculos ao progresso, mais sim para apontar na hipótese de inviabilidade ambiental do empreendimento as alternativas locacionais ou tecnológicas que devem ser propostas a ele.

Neste caso, existe opção à implantação do aterro sanitário na cidade de Conselheiro Lafaiete, ou seja, na cidade de Congonhas já está licenciado pelo órgão ambiental em fase de pronta operação um aterro sanitário, restando ao Consórcio Público implementar o plano de gerenciamento integrado do lixo da região, exigência legal da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, para a seu pleno funcionamento.

Cuida de função institucional da ONG Reciclar : promover o acesso do cidadão à justiça e a sua participação nas decisões do Poder Público promovendo a consciência ecológica da sociedade lafaietense através da discussão dos impactos ambientais através da audiência pública, da participação nos conselhos ambientais, e em último caso propondo a ação popular e/ou ação civil pública na oportunidade de obras públicas e outras que tenham o risco potencial de causar dano ao meio ambiente.

Neste sentido, viemos ressaltar a importância do Estado, em particular do Egrégio Tribunal de Minas Gerais, como poder constitucional para proteger o meio ambiente, em especial o Bioma Mata Atlântica, impondo ao malfadado aterro sanitário Ecotres a suspensão de suas obras e a realização de pericia ambiental para levantar o montante dos danos ambientais e a responsabilização civil, criminal de seus responsáveis.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Audiência Pública Nacional - Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Estão abertas as inscrições para participação na Audiência Pública Nacional do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, a realizar-se em 30/11 e 01/12 em Brasilia/DF.

O link direto para a página de inscrição é http://www.cnrh.gov.br/pnrsnac/inscricao.php

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Inventário qualitativo e qualitativo do tipo florestal na área de implantação do Ecotres

Inventário qualitativo e quantitativo do tipo florestal na área estudada,ou seja, área de implantação do aterro sanitário regional pelo Ecotres, assinado pelo profissional engenheiro florestal Warley A. Caldas, sendo que tal relatório aponta uma relação quantitativa de espécies arbóreas de ocorrência na área do empreendimento e na área de sua influência, que destacam as seguintes ocorrências:

. F...oram registrados 141 espécies, pertencentes a 51 famílias botânicas, sendo que foram encontras 3 espécies relevantes na área estudada que constam na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora do Estado de Minas Gerais,

. A floresta Estacional Semidecidual, representa a formação florestal natural de maior expressividade em termos de estrutura e composição florística dentro da área a ser afetada,

. Dentre as espécies e, ou grupos detentores de maiores valores de IVI (índice de valor de importância) mesclam-se espécies que são reconhecidamente pioneira (Lorenzi 1992): Lithraea molleoides e Platypodium elegans,

. A espécie individualmente detentora de maior IVI obtida para Floresta Estacional Semidecidual da área em estudo é a Lithranea molleoides, a referida espécie teve relação com o alto valor de dominância relativa (DR) apresentado,

. O segundo maior valor individual de IVI apresentado por Platypodium elegans, destacado também por alta dominância relativa, em função da ocorrência de grande número de indivíduos,

. As espécies Cupania vernalis, Amaioua guianensis, Myrcia fallax e Tapirira guianensis destacam-se nas posições seguintes de IVI, apresentando valores equilibrados de densidade dominância e Freqüência relativas, demonstrando que este ambiente encontra-se em regeneração.

. as quatro espécies concentradoras de um maior número de indivíduos, respectivamente foram Lithraea molleoides (aroeirinha) 10%, Platypodium elegans (canzileiro) 9%, Cupania vernalis (camboatá) 7%, Amaiona guianensis (marmelada) 3%, compreenderam mais de 30% da totalidade de indivíduos amostrados.

Neste sentido, a intervenção do aterro sanitário em parcela da floresta Estacional Semidecidual modifica de forma significativa a formação florestal natural em estágio avançado de regeneração em termos de sua estrutura e de sua composição florística, deve ser considerada como impacto de alta magnitude, uma vez que o grau de extensão dos impactos decorrentes do empreendimento alteram as propriedades físicas, químicas e biológicas do bioma Mata Atlântica afetam de forma direta a biota; as condições de regeneração deste ecossistema e a qualidade dos seus recursos ambientais.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

MASSACRE DA MATA ATLÂNTICA

Na cidade de Conselheiro Lafaiete estão sendo destruídos 27 hectares de mata atlântica para a construção de um aterro sanitário que receberá também o lixo de Ouro Branco e Congonhas( vide matéria postada em 17.06.2011).
Nosso pedido de liminar solicitando a suspensão do massacre foi negada, entendem que os benefícios de "enterrar o lixo" são maiores que os danos à mata e nascentes, o nome do local é Córrego Souza, sugestivo não?
Não questionamos o aterro, não queremos é que continue o massacre naquele local - a propósito, por outros interesses que não ambientais, já alteraram o projeto do aterro de local por três vezes.

Alguém que defende de FATO a mata atlântica e sabe que as leis de proteção a ela são aplicáveis, pode nos ajudar?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sustentabilidade Ambiental: Como ajudar o planeta?

Hoje em dia, sustentabilidade virou praticamente uma palavra da moda. Todos gostam de agrega-la aos seus discursos, o que é bom em partes. A favor disso fica o lado de trazer a tona a discussão que une pessoas e visa salvar o planeta. Contra, são pessoas que utilizam a palavra apenas pelo impacto que ela causa. Mas afinal de contas, como você pode ajudar?
Você pode ajudar de diversas formas. Vou listar abaixo algumas pequenas atividades que podem proporcionar melhorias para o planeta, lembrando que se cada um fizer um pouquinho que seja a coisa já vai começar a andar. Vamos a algumas dicas:
1. Evite o desperdício de água: embora pareça aquele conselho de nossas mães / avós, é vital para a continuidade da vida que evitemos o desperdício de água. Para isso, basta mudarmos pequenas atitudes do dia a dia, como:
1.1 Fechar a água enquanto está escovando os dentes;
1.2 Manter a água fechada enquanto ensaboa a louça;
1.3 Deixar fechada a água enquanto faz a barba;
1.4 Conserte vazamentos e mantenha as torneiras bem fechadas;
2. Evite o desperdício de energia elétrica: é bastante comum que usinas produtoras de energia elétrica utilizem recursos minerais como parte de sua empreitada e como resultado aumentem as emissões de CO2. Se pudermos consumir menos energia elétrica, estaremos ajudando um pouquinho já;
3. Informe-se sobre pequenas alternativas ambientalmente corretas para sua casa. Seja na construção ou na reforma, existem maneiras menos agressivas de lidar com a questão;
4. Ensine as crianças a serem positivas em relação ao planeta. Assim que elas aprenderem algumas coisas e demonstrarem o amor que têm pelo planeta, o ciclo da destruição será extinto;
5 INFORME-SE: Para cada região, existem algumas medidas que podem ser tomadas. Informe-se na sua para saber exatamente a forma mais efetiva de ajudar.
O planeta precisa de nós, já o agredimos por muito tempo. Agora é hora de ajudarmos ele para que o futuro das nossas crianças esteja garantido. Eu já comecei, fazendo a minha parte. E você?

Fonte:http://oblogo.org/perguntas/sustentabilidade-ambiental-como-ajudar-o-planeta/

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O BARBEIRO E O POLÍTICO

O florista foi ao barbeiro para cortar seu cabelo.
Após o corte perguntou ao barbeiro o valor do serviço e o barbeiro respondeu: - Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana. O florista ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um buquê com uma dúzia de rosas na porta e uma nota de agradecimento do florista.
 Mais tarde no mesmo dia veio um padeiro para cortar o cabelo. 
Após o corte, ao pagar, o barbeiro disse: - Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana. O padeiro ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um cesto com pães e doces na porta e uma nota de agradecimento do padeiro. 
Naquele terceiro dia veio um deputado para um corte de cabelo.
 Novamente, ao pedir para pagar, o barbeiro disse: - Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana. O deputado ficou feliz e foi embora. 
No dia seguinte, quando o barbeiro veio abrir sua barbearia, havia uma dúzia de deputados fazendo fila para cortar cabelo.
 Essa é a diferença entre os cidadãos e os políticos.
 "Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão." (Eça de Queiróz)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

LUTO PELO DESMATE DA MATA ATLÂNTICA EM CONSELHEIRO LAFAIETE

Amigos e parceiros esse ano não plantaremos árvores "simbolicamente" em escolas, beiras de rios e nem distribuiremos mudinhas para sensibilizar a população. Plantar árvores e não cuidar delas é como adotar crianças pequenas e não alimentá-las.Está na hora de parar com isto. Está na hora de compartilhar com a sociedade a responsabilidade de preservar o futuro. Nossa ONG se calará em luto ao desmate da mata atlântica e destruição de nascentes para a construção do aterro sanitário que em consórcio receberá também o lixo de Ouro Branco e Congonhas. Nossos sentimentos Florestais a todos!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

REUNIÃO ONG RECICLAR

REUNIÃO ONG RECICLAR
DATA: 30.09.2011
LOCAL: PRAÇA BARÃO DE QUELUZ,136 APTO 01
HORÁRIO: 16h
PAUTA: DESMATE MATA ATLÂNTICA EM CONSELHEIRO LAFAIETE - PROVIDÊNCIAS
              ETE - BARREIRA - PROVIDÊNCIAS
              ADESÃO DE NOVOS MEMBROS

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Lya Luft

Os filhos do lixo

"Gravei a tristeza, a resignação, a imagem das crianças minúsculas 
e seminuas, contentes comendo lixo. Sentadas sobre o lixo. 
Uma cuidando do irmãozinho menor, que escalava a montanha 
de lixo. Criadas, como suas mães, acreditando que Deus queria isso"


Há quem diga que dou esperança; há quem proteste que sou pessimista. Eu digo que os maiores otimistas são aqueles que, apesar do que vivem ou observam, continuam apostando na vida, trabalhando, cultivando afetos e tendo projetos. Às vezes, porém, escrevo com dor. Como hoje.
Acabo de assistir a uma reportagem sobre crianças do Brasil que vivem do lixo. Digamos que são o lixo deste país, e nós permitimos ou criamos isso. Eu mesma já vi com estes olhos gente morando junto de lixões, e crianças disputando com urubus pedaços de comida estragada para matar a fome.
A reportagem era uma história de terror – mas verdadeira, nossa, deste país. Uma jovem de menos de 20 anos trazia numa carretinha feita de madeiras velhas seus três filhos, de 4, 2 e 1 ano. Chegavam ao lixão, e a maiorzinha, já treinada, saía a catar coisas úteis, sobretudo comida. Logo estavam os três comendo, e a mãe, indagada, explicou com simplicidade: "A gente tem de sobreviver, né?".
Ilustração Atômica Studio

O relato dessa quase adolescente e o de outras eram parecidos: todas com filhos pequenos, duas novamente grávidas e, como diziam, vivendo a sua sina – como sua mãe, e sua avó, antes delas. Uma chorou, dizendo que tinha estudado até a 8ª série, mas então precisou ajudar em casa e foi catar lixo, como outras mulheres da família. "Minha sina", repetiu, e olhou a filha que amamentava. "E essa aí?", perguntou a jornalista. "Essa aí, bom, depende, tomara que não, mas Deus é quem sabe. Se Ele quiser..."
Os diálogos foram mais ou menos assim; repito de memória, não gravei. Mas gravei a tristeza, a resignação, a imagem das crianças minúsculas e seminuas, contentes comendo lixo. Sentadas sobre o lixo. Uma cuidando do irmãozinho menor, que escalava a montanha de lixo. Criadas, como suas mães, acreditando que Deus queria isso.
Não sei como é possível alguém dizer que este país vai bem enquanto esses fatos, e outros semelhantes, acontecem. Pois, sendo na nossa pátria, não importa em que recanto for, tudo nos diz respeito, como nos dizem respeito a malandragem e a roubalheira, a mentira e a impunidade e o falso ufanismo. Ouvimos a toda hora que nunca o país esteve tão bem. Até que em algumas coisas, talvez muitas, melhoramos. Temos vacinas. Existem hospitais e ensino públicos – ainda que atrasados e ruins. Temos alguns benefícios, como aposentadoria – embora miserável –, e estabilidade econômica aparente. Andamos um pouco mais bem equipados do que 100 anos atrás.
Mas quem somos, afinal? Que país somos, que gente nos tornamos, se vemos tudo isso e continuamos comendo, bebendo, trabalhando e estudando como se nem fosse conosco? Deve ser o nosso jeito de sobreviver – não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem. Pois, se nos convencermos de que isso acontece no nosso meio, no nosso país, talvez na nossa cidade, e nos sentirmos parte disso, responsáveis por isso, o que se poderia fazer?
Pelo menos, reclamar. Achar que nem tudo está maravilhoso. Procurar eleger pessoas de bem, interessadas, que cuidassem dos lixões, dos pobrezinhos, da saúde pública, dos leitos que faltam aos milhares, dos colégios desprovidos, de tudo isso que cansativa mas incansavelmente tantos de nós têm dito e escrito. Que pelo menos a gente saiba e, em vez de disfarçar, espalhe. Não para criar hostilidade e desordem, mas para mudar um pouquinho essa mentalidade. Nunca mais crianças brasileiras sendo filhas do lixo, nem mães dizendo que aquela é a sua sina, porque Deus quer assim.
 
Deus não quer assim. Os deuses não inventaram a indiferença, a crueldade, o mal causado pelo homem. Nem mandaram desviar o olhar para não ver o menino metendo avidamente na boca restos de um bolo mofado, talvez sua única refeição do dia. E, naquele instante, a câmera captou sua irmãzinha num grande sorriso inocente atrás de um par de óculos cor-de-rosa que acabara de encontrar: e assim se iluminou por um breve instante aquela imensa, trágica realidade.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Uma estória ATERRO rizante


A estória de José Rogério Anderson, o filho do “Consórcio”!


            Noite passada, sonhei que os olhos de todo o mundo estavam voltados para Lafaiete, onde seria apresentado à imprensa, o primeiro bebê de aProveita, nascido no Alto Paraopeba. Ele foi concebido de uma mistura embrionária, bipartidária, fecundado a partir de dois legítimos espermatozóides do tipo PT positivo, com um puro óvulo do tipo PSDB negativo, com a ciência prevendo que o resultado poderia ser “aterro”rizante.
            Todos tinham uma grande preocupação com esta fecundação, principalmente, os pais Rogério e Anderson, pois a mamãe, Dona Josemita, já tinha sofrido um aborto provocado, tempos atrás, e os futuros papais não queriam que isto acontecesse novamente. É bem verdade, que devido ao aborto anterior, todo o processo de fertilização e fecundação, até a certidão de nascimento foi feito sobre segredo de estado, ou melhor, segredo de municípios, para não haver nova rejeição do embrião, por parte da mamãe Dona Josemita.
Para os jornalistas, os papais garantiram que durante a fecundação, não houve conjunção carnal, só contato de pele, com troca de apertos de mão e selinhos, quando eles aProveitaram e passaram a lábia em Dona Josemita, para fecundarem o primeiro bebê de aProveita regional. Garantiram que apesar da troca de selinhos, ao final, cada um ficou com o seu e ninguém perdeu o selinho durante a fecundação.
Os padrinhos da criança foram escolhidos pelo papai Rogério, por apadrinhamento, e deveriam cuidar da imagem do bebê junto ao povo, inclusive defendendo-o e evitando os ataques daqueles que poderiam ser contrários, a esta experiência da ciência partidária.
Durante a apresentação da criança, que teve até solenidade de lançamento da sacola fundamental, cada um dos pais fez questão de defender a experiência, que seria de grande importância para eles.
Ao fazer uso da palavra, o papai Anderson afirmou que não tem Cabido em si, de tanto contentamento, com a chegada deste filho tão aguardado. Defendeu a experiência, que foi feita dentro das exigências legais, pois o local escolhido para a realização tem fácil acesso e está de acordo com as normas legais de acessibilidade, para receber todo o lixo do Aleijadinho. Justificou dizendo que com a desapropriação de milhões de hectares de terras para uma futura usina siderúrgica, o lixo não tem Cabido, na cidade dele. Para ele, o Consórcio não tem volta e não quer nem saber se fulano sabia ou não sabiá, se o Jubileu ou não leu antes, o acordo da experiência. Para os críticos que dizem que a experiência causará desmatamentos, Anderson garantiu que contribuirá na recomposição arbórea, enviando apenas sacolas do Supermercado DaMata. Para recomposição da flora, enviará também fraldas descartáveis usadas, com sementes da flora intestinal. Encerrando, disse que para amenizar a polêmica, não mandará para cá, o lixo do Alto Maranhão, que pela proximidade de vizinhança e pela facilidade de logística, será prensado e enviado em Barras, para o Piauí.
Já o outro pai, Rogério, um ricAço, querendo acabar, de vez, com a saBatina, disse que população de lá, vai ajudar de algum modess, enviando fraldas descartáveis usadas, para serem recicladas e reaproveitadas, para que nosso município, dessa vez, tome modess e possa desfraldar a bandeira da independência financeira, criando o bebê, sem exigir a pensão do ICMS. Ele rebateu as críticas de que não ganharemos nada com a experiência, pois haverá uma contrapartida financeira. Com isso, o município poderá investir em transportes, recebendo o Projeto URU BUS, que é a Unificação das Rotas Urbanas por ôniBUS, que se locomovem por Alto Pista, e considerando o preço das passagens, teríamos muito mais Baratas do que eles. Mas estudos técnicos indicam que as baratas vão diminuir e não haverá cruzamentos entre elas, porque ninguém vai querer se casar com a Dona Baratinha que Tinha Dinheiro na Caixinha, pois ela virá pobrezinha, já que o dinheiro do ICMS vai ficar só com eles. Garantiu que outros investimentos virão agregados, pois é tanto lixo que eles vão enfiar pela nossa goela abaixo, que o gás gerado vai ser coletado e distribuído pela empresa EnGasgamig. Finalizando, disse que teremos outra renda extra, com a venda da sucata do lixo, pois não há como negar, que estamos levando muito ferro, com este consórcio.
Os médicos Cesar e Ana, responsáveis pelo acompanhamento da experiência, falaram das dificuldades desde a fecundação, até o nascimento, pois Dona Josemita deu sinais que poderia abortar novamente, mas os apadrinhados souberam administrar os problemas, para não decepcionarem os futuros e felizes papais, especialmente Rogério.
Já durante a fala do casal de apadrinhados do bebê, eles rebateram as denúncias que afirmavam que a experiência traria sérios danos à fauna do local. Afirmaram que, muito pelo contrário, a experiência iria preservar a fauna, pois o local seria enriquecido com várias espécies entre elas: embalagens de Extrato de Tomate Elefante, Chá Mate Leão, O Cachorro do Mato Vinagre, Pedaços de Tubos e Conexões Tigre, Papel de Bala Chita, Latas de Azeite Galo, garrafas de Gatorade. Estudos sobre a avifauna apontam que a população de pássaros iria aumentar muito, pois com tanta embalagem de iogurte, eles poderão Danoninho tranqüilos, o que favorecerá a reprodução. 
 Apresentaram, também, propostas de repovoamento da lagoa existente no local, introduzindo espécies aquáticas, entre elas, os sacos plásticos de sal da marca Cisne, e que ninguém se preocupasse com os peixes, pois foi feito um levantamento minucioso, que concluiu existir naquela lagoa, pelo menos do lado deles, somente traíras.
Garantiram que a experiência inédita já ultrapassou fronteiras e Dona Josemita receberia várias condecorações internacionais, entre elas, um prêmio da UNICFÚNIca Consorciada Fudida, com direito a discurso no plenário da ÔNUS, e o Consórcio receberia também, uma importante condecoração do governo francês, chamada HoMenage a Trois, já que a criança possuía uma mãe e dois pais.
Ao final da solenidade de apresentação disseram que o Consórcio estava dando uma grande contribuição para a ciência, ao doar as árvores suprimidas para um banco de pesquisas de células tronco, para recomposição de algum dano ambiental, quando implantariam um projeto de recomposição da flora, chamado Dona Flor e seus Dois Maridos...


Ricardo da Rocha Vieira não é cientista, nem bebê de proveta, acha que essa suruba é um lixo, e só um vai levar na tarraqueta...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

REUNIÃO ONG RECICLAR


 
 25.08.2011  Quinta-feira
 19:00h
 
 Sede: Praça Barão de Queluz,136 apto 01
 
 Pauta: Audiência Pública na Câmara Municipal no dia 31.08.2011 às 14h
 para debater com a sociedade a implantação do aterro sanitário no
 município de Cons Lafaiete pelo Ecotres.
 
 Adesão de novos membros.
 
 
 Cordialmente,
 
 ONG Reciclar
 3 721 5860

sexta-feira, 17 de junho de 2011

CHACINA ECOLÓGICA EM CONSELHEIRO LAFAIETE



Obras de implantação do aterro sanitário já foram iniciadas
Após conhecer a área em Conselheiro Lafaiete onde será implantado o aterro sanitário regional, o militante da causa ambiental Ricardo da Rocha Vieira, conhecido como Pardal, denunciou que a construção causará um dano ambiental sem precedentes à cidade, já que condenará à morte uma área de 20 hectares de mata atlântica.
Embora presidente Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente – CODEMA, Pardal frisou que não fala em nome da entidade, uma vez que consultou muito mais documentos do que os repassados oficialmente ao órgão durante o processo de licenciamento imposto ao ECOTRES; consórcio formado pelas cidades de Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco e responsável pela implantação do projeto.
Mata Atlântica pode desaparecer para implantação do aterro sanitário
Pardal questionou a rapidez da obtenção do licenciamento junto ao governo do estado lembrando que, conforme resolução do Conselho Nacional de Meio-ambiente - Conama, aterros sanitários só podem ser licenciados ao término de complexos e minuciosos estudos de impacto que, se tivessem ocorrido, não recomendariam a construção na área escolhida. O ecologista afirmou que, em ofício encaminhado ao órgão ambiental encarregado de avaliar a liberação do licenciamento, o Ecotres atesta que a implantação do aterro no local indicado causará impacto de baixa intensidade, o que não corresponde à verdade em razão do patrimônio natural que irá se perder, cujo tamanho é equivalente ao de 20 campos de futebol.
Nascentes do Córrego Souza estão em risco máximo de contaminação, diz Pardal
Para Ricardo Rocha, o ECOTRES vende para a população uma imagem totalmente distorcida dos impactos ambientais decorrentes da implantação do aterro. "Cercar nascentes somente, não adianta, pois todas estão condenadas à contaminação, pois não há aterro sanitário com 100% de eficiência na captação do chorume gerado pela decomposição do lixo. Certamente, haverá infiltração no solo que chegará ao lençol freático e contaminará as águas do Córrego do Souza, mesmo com todas as medidas implantadas para evitar que isso aconteça. Nem a própria legislação acredita que a captação de todo o chorume seja possível, pois ela fala em redução dos impactos gerados e não em eliminação desses impactos."
Implantação do aterro ameaça fauna, flora, recursos hídricos, segundo denúncia
Ministério Público

Segundo o ambientalista (foto), com o início das obras, metade dos 20 hectares de Mata Atlântica já foram derrubados. Acusando as três prefeituras de promover uma chacina ecológica, o ambientalista frisou que, para acomodar o próprio lixo, além do gerado por Ouro Branco e Congonhas, Lafaiete está abrindo mão de uma riqueza natural inestimável. Pardal também cobrou explicações à Gerdau Açominas, por ter feito a doação de um terreno muito mais propício a abrigar um parque florestal ao invés de um aterro sanitário.
O Ministério Público, através da Curadoria do Meio Ambiente já está de posse das denúncias de irregularidades no licenciamento ambiental, bem como, de documentos encaminhados pelo ECOTRES e o ambientalista diz não ter dúvidas ao afirmar que os técnicos do Ministério Público não terão nenhuma dificuldade em confirmar as irregularidades que ele denuncia à população de Lafaiete. “É preciso que a população de Lafaiete fique sabendo que este Consórcio Intermunicipal do Lixo só é bom para Ouro Branco e Congonhas, e extremamente lesivo para Lafaiete, que vai receber todo o lixo gerado nestes outros municípios, e nós precisamos reagir contra esta barbárie”, alerta o ambientalista.
Fotos cedidas por Ricardo Rocha/créditos www.fatoreal.com.br

terça-feira, 14 de junho de 2011

 Lei das sacolas de BH. 

 “Ecologicamente correto. Politicamente mal elaborado!” 
Texto de Selma Sueli Silva

O plástico faz parte de nossa vida – dos óculos à sola de sapato, do móvel de cozinha o painel do automóvel tudo pode ser feito de matéria plástica.
Desde 1862, quando o inglês Alexandre Parker produziu o primeiro plástico, a fabricação de produtos com a utilização dessa matéria-prima nunca mais parou. É prático, maleável e barato.
No entanto, o uso em escala global acabou gerando um problema – o tempo que o plástico demora para se decompor na natureza: mais de 100 anos, o mesmo que pneus e embalagens longa vida, enquanto o papel, por exemplo, se decompõe em 3 meses. Já um prosaico chiclete cuspido no chão levará 5 anos para desaparecer, muito menos que as latas de alumínio que levam mais de 1000. O que fazer então?
A solução passa por uma palavrinha mágica, presente na boca de todos os políticos, escrita em todos os programas partidários, falada em todos os palanques e, praticamente, esquecida depois das eleições: Educação. Um povo educado sabe que lixo não é somente uma coisa inútil. Sabe mais; sabe que comunidade limpa não é a que mais se varre, mas a que menos se suja. E aí entra em cena outra palavrinha mágica relacionada ao lixo: RECICLAR, pois grande parte dos materiais que vão para o lixo pode (e deveria) ser reciclada. Mas é preciso começar reciclando os nossos conceitos.
Existem cinco princípios para pessoas com compromisso ambiental. São 5 erres: Repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. Devemos repensar nossas necessidades básicas e escolher produtos de menor impacto ambiental; nos recusar a consumir um produto que provoque alto impacto ambiental; reduzir o consumo cotidiano de recursos naturais como energia elétrica e água e de produtos nocivos ao meio ambiente; reutilizar materiais e, finalmente reciclar produtos que se tornariam lixo, para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Daí a importância da coleta seletiva do lixo.
Para se colocar em prática esses cinco princípios, uma cidade precisa ter política ambiental séria e uma população que se eduque, se conscientize e se reocupe com o desenvolvimento sustentável – em outras palavras, uma população que seja capaz de alcançar um progresso que não comprometa o futuro.
E no quesito educação ambiental, que nota você daria à nossa cidade? E ao povo? Infelizmente, no Brasil prevalece o senso comum. A medida mais eficaz pode não ser a escolhida se não der, ao político, visibilidade imediata. Por isso, passou da hora de se investir em educação, única força capaz de, efetivamente, transformar a realidade. Mas o que vemos é a rede de ensino público em greve por melhores salários e condições de trabalho. Sem aulas, sem respeito aos professores e às famílias, garantimos o zero na formação da consciência cidadã.
E a coleta seletiva do lixo? Belo Horizonte ainda está longe do ideal: Atualmente, o serviço atinge somente 9% dos bairros de Belo Horizonte ou 30 os 324 bairros com recolhimento de lixo.
Diante dessa inércia, o vereador Arnaldo Godoy, do PT, tomou a dianteira como autor da à Lei Municipal 9.529 de 2008, que proíbe o uso de sacolas lásticas feitas de derivados do petróleo, para qualquer tipo de estabelecimento no comércio, seja supermercados, lojas ou drogarias, que devem oferecer sacolas fabricadas com materiais compostáveis.
Belo Horizonte virou manchete nacional graças a essa idéia. O Brasil produz, anualmente, 210 mil toneladas de sacolas plásticas, que representam 9,7% da média do lixo no país. Jogadas nos bueiros, as sacolas entopem as redes de esgoto, causam enchentes e dificultam a decomposição do material orgânico.
Mesmo ignorando o princípio básico de que tudo começa com a educação, a idéia parecia até perfeita já que parte do comércio já usava a sacola oxibiodegradável, que se desintegra e vira um pó que pode ser consumido por bactérias em apenas 18 meses.
Mas o tiro saiu pela culatra. É que, percebendo as brechas da lei – de novo as brechas da lei, o comércio viu aí a possibilidade de se livrar de um custo e repassa-lo ao pacato e incauto cidadão. O deus lucro falou mais alto e, depois da lei, supermercados que já forneciam as sacolas ecológicas deixaram de fazê-lo e pior, passaram a cobrar 19 centavos por elas.
Mesmo com a lei não proibindo o estabelecimento de pensar em formas alternativas para acondicionamento das mercadorias, o comércio não se viu no dever sequer, de embrulhar os produtos vendidos. Pior para nosso ouvinte Manoel Carvalho que comprou um pacote de papel higiênico e foi obrigado a percorrer todo o bairro, com o produto debaixo do braço…
E as agruras do consumidor não páram por aí: Desde 18 de abril, segundo projeção da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens de Plástico, em Belo Horizonte, cada família teve um acréscimo ao orçamento doméstico de cerca de R$ 15,00 mensais com a compra de sacos plásticos. Isso no início, já que, mais uma vez, os espertinhos de plantão vendo a possibilidade do lucro fácil, praticamente dobraram o preço dos sacos plásticos para lixo. Se a economia do cidadão não foi resguardada, o mesmo não se pode dizer dos lucros das grandes redes do comércio, que passaram a não ter como despesa, a compra das sacolinhas. Essas redes tiveram uma economia estimada em R$ 4,7 milhões ao ano. A conta agora, depois da lei ecologicamente correta, passou a correr por conta do freguês.
Que o meio ambiente deva ganhar sempre, ninguém duvida. O que não dá para engolir é que o consumidor perca sempre e os empresários lucrem cada vez mais. Acaso, consciência ecológica só vale para os mortais comuns? Se é pra ajudar o meio ambiente, o empresário não só sai de campo como ainda lucra em cima?
Enquanto mexem em nossos bolsos , algumas perguntas continuam sem respostas. A lei fala em sacolinhas compostáveis, que leva amido de milho na composição e deve se biodegradar em 180 dias. Esse processo, gera gases que aumentam o efeito estufa. Então, essa sacolinha pode não trazer todos os benefícios prometidos, caso não tenha a destinação adequada. A sacola compostável somente seria adequada se existisse coleta seletiva e usina de compostagem. Sem isso, o que estamos fazendo é jogar comida no lixo. Ou seja, faltou informação, faltou educação. Para Eduardo Van Roost que estuda plásticos há 12 anos, o mais adequado às condições brasileiras é o plástico oxibiodegradável que, ao contrário da sacolinha compostável, pode ser reciclado. Além disso, cada sacola oxibiodegradável custa cerca de R$ 0,03, enquanto a compostável sai a R$ 0,19, seis vezes mais cara. Bingo! De novo o dinheiro aparece em cena e parece movimentar interesses escusos e não declarados.
É…! A gente pode até ter entrado de gaiato no navio, mas permanecer nele, deve ser uma opção.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

SOS - TRÊS NASCENTES SERÃO DESTRUÍDAS CASO PERMITAM A INSTALAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO



O ECOTRES consórcio dos municípios de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco contrariando seu fim legal, impossibilitou a implantação de uma biousina da empresa REGAFE, com investimento da economia privada e capacitada para beneficiar 100 toneladas de lixo por dia,que corresponde ao lixo dos três municípios envolvidos, gerando 114 empregos diretos, e somente receberia o lixo do município depois de testada e liberada pelos órgãos competentes, com prazo máximo para implantação de 12 meses.
Portanto, sem qualquer risco para o município e para o meio ambiente (nascentes e mananciais) contrário ao que acontecerá caso o aterro sanitário seja instalado no alto da Varginha,conforme representação feita ao MP em Conselheiro Lafaiete por sitiantes ( matéria veiculada no Jornal Folha Livre edição de 04.06.2011).
 


Não devemos aterrar o lixo, devemos sim enterrar de vez a desinformação, a falta de vontade e a ineficiência!


terça-feira, 7 de junho de 2011


CONSÓRCIO MODELO DE RECICLAGEM DE LIXO


O Consórcio Intermunicipal de Reciclagem e Compostagem do Lixo – URC

com sede no município de Cristiano Otoni e parceria entre os muncípios
de Queluzito, Casa Grande, Caranaíba e Santana dos Montes, entrou com
pedido junto ao FEAM – Fundação Estadual de Meio Ambiente para mudar
seu atual processo de compostagem para biodigestão anaeróbica da
fração orgânica que será o projeto piloto no país.

Para se ter uma idéia do que isto significa para a própria usina,
relataremos os dois processos:

COMPOSTAGEM AERÓBICA

FIGURA 1-Usina de Cristiano Otoni com compostagem

Neste processo, fazem parte da fração orgânica as sobras de comida e

sobras de frutas e legumes e a compostagem se dá pela sua distribuição
em montinhos em pátios descobertos com decomposição aeróbica, através
de bactérias presentes, com revolvimento e umidificação diária durante
 aproximadamente 180 dias.
Neste período é impossível controlar a emissão de gás metano (25 vezes
mais poluentes que o gás carbono),no meio ambiente e também o odor
fétido e  chorume em dias chuvosos, inevitável quando transbordam as
piscinas de tratamento.
É um processo que tem custo da mão de obra na distribuição, montagem e
revolvimento dos montinhos e posterior peneiramento do composto
orgânico, representando aproximadamente  40% da fração orgânica.
As sobras do peneiramento, que representam aproximadamente 60% da
fração orgânica inicial, juntamente a outros rejeitos, são depositados
em valas profundas e revestidas com plásticos, para bio degradação por
aterramento.

BIODIGESTÃO ANAERÓBICA

FIGURA 2- Aspersão de biofertilizante por fertirrigação e chorumeira.



Trata-se de processo totalmente lacrado, com ausência de oxigênio e
sem qualquer tipo de contaminação ambiental, onde a fração orgânica do
lixo se transforma em biogás e biofertilizante, simultaneamente, sem
exalar qualquer tipo de odor. Como fração orgânica, também são
considerados papéis e papelões que não servem para comercialização
(picados ou sujos), bem como papel higiênico, guardanapos e lenços de
papel, que são triturados e a massa semelhante a uma vitamina feita em
liquidificador é depositada em tanques biodigestores por
aproximadamente 30 dias, onde por ação natural das bactérias se
transforma em:

BIOGÁS  para ser utilizado diretamente como energia, reduzindo os
custos da conta de luz da usina ou simplesmente como tocha
incineradora de produtos recicláveis não comercializáveis.

BIOFERTILIZANTE, melhor recuperador de solos degradados e de pastagens
que existe, poderá ser distribuido entre as prefeituras do consórcio
ou comercializado nas propriedades vizinhas.




quinta-feira, 2 de junho de 2011

BIO USINAS
ADOTE ESSA IDÉIA
Por processo limpo e inodoro, biousinas ( www.biousina.com.br) são auto-suficientes em energia  trazendo benefícios diretos para a população e para o meio ambiente.
Temos com proposta utilizar como mão de obra legalizada, os atuais catadores dos lixões e de material reciclável, aproveitando sua experiência e colocando em prática a verdadeira cidadania. 
Lixo= matéria prima
A maioria das cidades é perdulária. Enterram ou jogam fora uma fortuna em materiais recicláveis que poderiam aumentar a riqueza da população e reduzir sistematicamente danos ao meio ambiente.
Todo o lixo domiciliar pode virar algo útil. Sem exceção.
Uma política voltada para a reciclagem eco consciente do lixo contribuirá para a redução da poluição, para a melhoria da qualidade das águas e, também, para a geração de emprego e renda.
Um dos maiores potenciais desperdiçados, é o não aproveitamento do lixo orgânico, que geralmente vem de restos de alimentos,papel higiênico, guardanapos, etc, e que  podem ser reciclados em   bio fertilizante para ser utilizado na recuperação de solos degradados, evitando o desmatamento, seja para agricultura ou formação de novas pastagens.
Não devemos aterrar o lixo orgânico, devemos enterrar de vez  a desinformação, a falta de vontade e  a ineficiência!

sábado, 28 de maio de 2011

O LIXO NÃO EXISTE

A frase acima pode soar absurda. Mas é isso mesmo que pensa o economista Sabetai Calderoni, da Universidade de São Paulo, maior especialista brasileiro em lixo e conselheiro da ONU no assunto. Segundo ele, o conceito que a sociedade tem do lixo “é produto de uma visão equivocada dos materiais”. Sabetai, autor do livro Os Bilhões Perdidos no Lixo, afirma que, embora nem tudo o que se joga fora possa ser aproveitado como comida, todo o lixo pode ser aproveitado de alguma forma.
Tudo se transforma
Todo o lixo produzido pode virar alguma coisa útil. Sem exceção
Um dos maiores potenciais desperdiçados é o não aproveitamento do lixo orgânico, que geralmente vem de restos de alimentos. Esse lixo poderia se transformar em algo útil se passasse por um processo chamado compostagem. Nele, o lixo é submetido à ação de bactérias em alta temperatura e se transforma em dois subprodutos. Um é um adubo natural, o outro é o gás metano, que é usado na geração de energia termoelétrica.
A quantidade de gás metano produzido pela compostagem de todo o lixo orgânico brasileiro que não pode ser recuperado como comida seria suficiente para alimentar uma usina de 2 000 megawatts (a usina nuclear de Angra I tem capacidade de 657 megawatts). Uma usina termoelétrica como essa produziria, em um ano, 3,6 bilhões de reais em energia. E jogamos quase todo esse dinheiro no lixo. Só 0,9% do lixo brasileiro é destinado a usinas de compostagem.
E estamos falando apenas do lixo orgânico. O inorgânico também poderia gerar lucros. A reciclagem de vidro, plásticos e metais é perfeitamente viável em termos econômicos – e já é praticada, em quantidades cada vez maiores.
O país lucraria também ao poupar o dinheiro que é gasto para dar fim ao lixo. “Lixo é o único produto da economia com preço negativo”, diz Sabetai. Em outras palavras, o processamento de lixo é o único negócio no qual a aquisição da matéria-prima é remunerada – paga-se para livrar-se dela. E paga-se muito. As prefeituras brasileiras costumam gastar entre 5% e 12% de seus orçamentos com lixo.
Sem falar que o melhor aproveitamento do lixo valorizaria dois bens que não têm preço: a saúde da população e a natureza. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 76% do lixo brasileiro acaba em lixões a céu aberto. Esses lixões são uma ameaça à saúde pública porque permitem a proliferação de vetores de doenças. Além disso, a decomposição do lixo nesses locais não só gera o metano que polui o ar como também o chorume, um líquido preto e fedido que envenena as águas superficiais e subterrâneas.
O outro motivo para incentivar essa indústria são os empregos que ela poderia gerar. O Brasil produz 280 000 toneladas de lixo por dia (veja gráfico ao lado). Descontando as 39 000 toneladas de alimento viável que poderiam ser facilmente extraídas desse lixo e disponibilizadas às populações carentes, ainda seria possível gerar 120 000 empregos só no processamento do resto, nos cálculos de Sabetai. Pois é. Lixo não existe. O que existe é ignorância, falta de vontade e ineficiência.
créditos:http://sites.google.com/site/sexogranaecomida/comida/comida-e-o-que-nao-falta/comida-e-o-que-nao-falta-continuacao/lixo-nao-existe

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sacolas plásticas: equivocadamente vilãs ambientais

Ser  ecologicamente correto é a bandeira maior do século 21, mas ambientalistas estilo “Maria vai com as outras”, preferem copiar práticas aplicadas em outros países , ao invés de aprofundar em soluções mais corretas para proteger o meio ambiente, principalmente a reciclagem em benefícios.
As sacolas plásticas, infinitamente recicláveis, são as melhores condutoras de produtos da indústria para o comércio e deste para os domicílios residenciais e nestes a forma mais apropriada para armazenamento e condução do lixo até os pontos de coleta para destinação final.

As autoridades governamentais, ao invés de tomar a atitude de  reciclar o lixo em benefícios como de solução ecologicamente correta, e com tecnologia já dominada, preferem o caminho mais fácil que é depositar as sacolas de lixo nos lixões e aterros sanitários.

Pergunto como estaríamos se não reciclássemos latinhas de alumínio,  a solução seria proibí-las também?
A população precisa saber que as sacolas plásticas, além de práticas, são infinitamente recicláveis, podendo ser transformada em vários produtos, entre eles novas sacolas plásticas, de forma economicamente viável, gerando emprego e renda.

Um destes produtos é o  livro produzido pela Vitopaper, com o título “Para onde nós vamos? www.familiamulleraventura.com.br, no qual foram utilizados 800kg de sacolas plásticas para cada tonelada de papel plástico, evitando o corte de 30 árvores por tonelada daquele produto. Isto sim, é sustentabilidade com proteção ambiental.

Para o país ter suas sacolas de lixo tão valorizadas quanto as latinhas de alumínio, basta o governo adotar as seguintes providências:

- reciclar o lixo em biousinas baseado no site: www.projetoreto.com.br sem qualquer tipo de poluição ambiental, auto-suficiente em energia pelo biogás,e economicamente viável pela geração de biofertilizante;

- incentivar o uso do biofertilizante na recuperação de solos degradados, aumentando sua densidade bovina para 2,5 boi por hectare, contra 0,5 atuais, estancando de vez o desmatamento, que para manter suas 200 milhões de cabeças bovinas, só vai precisar de 100 milhões de hectares, ao invés dos 420 milhões atuais;
- adotar o livro plástico na rede educativa do país, de melhor resolução fotográfica, não rasga facilmente, não mancha ao ser molhado e não mofa, além de ser infinitamente reciclável;
- utilizar dormentes plásticos nas vias férreas, substituindo a madeira, testados com amplas vantagens sobre os  existentes no mercado;
-na produção de papel e papelão,a obrigatoriedade da adição de um percentual  de papel  reciclado, similar ao etanol na gasolina e biodiesel no diesel.
Essas providências manteriam todos os produtos reciclados em valores estáveis,e a conseqüente valorização da atividade de separar o lixo.
As sacolas plásticas assim como a as latinhas de alumínio não são vilãs.O que está faltanto é atitude para a reciclagem sustentável!

Lixo: não ignore. Recicle!