Amigos e parceiros esse ano não plantaremos árvores "simbolicamente" em escolas, beiras de rios e nem distribuiremos mudinhas para sensibilizar a população. Plantar árvores e não cuidar delas é como adotar crianças pequenas e não alimentá-las.Está na hora de parar com isto. Está na hora de compartilhar com a sociedade a responsabilidade de preservar o futuro. Nossa ONG se calará em luto ao desmate da mata atlântica e destruição de nascentes para a construção do aterro sanitário que em consórcio receberá também o lixo de Ouro Branco e Congonhas. Nossos sentimentos Florestais a todos!
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
REUNIÃO ONG RECICLAR
REUNIÃO ONG RECICLAR
DATA: 30.09.2011
LOCAL: PRAÇA BARÃO DE QUELUZ,136 APTO 01
HORÁRIO: 16h
PAUTA: DESMATE MATA ATLÂNTICA EM CONSELHEIRO LAFAIETE - PROVIDÊNCIAS
ETE - BARREIRA - PROVIDÊNCIAS
ADESÃO DE NOVOS MEMBROS
DATA: 30.09.2011
LOCAL: PRAÇA BARÃO DE QUELUZ,136 APTO 01
HORÁRIO: 16h
PAUTA: DESMATE MATA ATLÂNTICA EM CONSELHEIRO LAFAIETE - PROVIDÊNCIAS
ETE - BARREIRA - PROVIDÊNCIAS
ADESÃO DE NOVOS MEMBROS
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Lya LuftOs filhos do lixo"Gravei a tristeza, a resignação, a imagem das crianças minúsculas |
Ilustração Atômica Studio |
O relato dessa quase adolescente e o de outras eram parecidos: todas com filhos pequenos, duas novamente grávidas e, como diziam, vivendo a sua sina – como sua mãe, e sua avó, antes delas. Uma chorou, dizendo que tinha estudado até a 8ª série, mas então precisou ajudar em casa e foi catar lixo, como outras mulheres da família. "Minha sina", repetiu, e olhou a filha que amamentava. "E essa aí?", perguntou a jornalista. "Essa aí, bom, depende, tomara que não, mas Deus é quem sabe. Se Ele quiser..."
Os diálogos foram mais ou menos assim; repito de memória, não gravei. Mas gravei a tristeza, a resignação, a imagem das crianças minúsculas e seminuas, contentes comendo lixo. Sentadas sobre o lixo. Uma cuidando do irmãozinho menor, que escalava a montanha de lixo. Criadas, como suas mães, acreditando que Deus queria isso.
Não sei como é possível alguém dizer que este país vai bem enquanto esses fatos, e outros semelhantes, acontecem. Pois, sendo na nossa pátria, não importa em que recanto for, tudo nos diz respeito, como nos dizem respeito a malandragem e a roubalheira, a mentira e a impunidade e o falso ufanismo. Ouvimos a toda hora que nunca o país esteve tão bem. Até que em algumas coisas, talvez muitas, melhoramos. Temos vacinas. Existem hospitais e ensino públicos – ainda que atrasados e ruins. Temos alguns benefícios, como aposentadoria – embora miserável –, e estabilidade econômica aparente. Andamos um pouco mais bem equipados do que 100 anos atrás.
Mas quem somos, afinal? Que país somos, que gente nos tornamos, se vemos tudo isso e continuamos comendo, bebendo, trabalhando e estudando como se nem fosse conosco? Deve ser o nosso jeito de sobreviver – não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem. Pois, se nos convencermos de que isso acontece no nosso meio, no nosso país, talvez na nossa cidade, e nos sentirmos parte disso, responsáveis por isso, o que se poderia fazer?
Pelo menos, reclamar. Achar que nem tudo está maravilhoso. Procurar eleger pessoas de bem, interessadas, que cuidassem dos lixões, dos pobrezinhos, da saúde pública, dos leitos que faltam aos milhares, dos colégios desprovidos, de tudo isso que cansativa mas incansavelmente tantos de nós têm dito e escrito. Que pelo menos a gente saiba e, em vez de disfarçar, espalhe. Não para criar hostilidade e desordem, mas para mudar um pouquinho essa mentalidade. Nunca mais crianças brasileiras sendo filhas do lixo, nem mães dizendo que aquela é a sua sina, porque Deus quer assim.
Deus não quer assim. Os deuses não inventaram a indiferença, a crueldade, o mal causado pelo homem. Nem mandaram desviar o olhar para não ver o menino metendo avidamente na boca restos de um bolo mofado, talvez sua única refeição do dia. E, naquele instante, a câmera captou sua irmãzinha num grande sorriso inocente atrás de um par de óculos cor-de-rosa que acabara de encontrar: e assim se iluminou por um breve instante aquela imensa, trágica realidade. |
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