
Obras de implantação do aterro sanitário já foram iniciadas
Após conhecer a área em Conselheiro Lafaiete onde será implantado o aterro sanitário regional, o militante da causa ambiental Ricardo da Rocha Vieira, conhecido como Pardal, denunciou que a construção causará um dano ambiental sem precedentes à cidade, já que condenará à morte uma área de 20 hectares de mata atlântica.
Embora presidente Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente – CODEMA, Pardal frisou que não fala em nome da entidade, uma vez que consultou muito mais documentos do que os repassados oficialmente ao órgão durante o processo de licenciamento imposto ao ECOTRES; consórcio formado pelas cidades de Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco e responsável pela implantação do projeto.

Mata Atlântica pode desaparecer para implantação do aterro sanitário
Pardal questionou a rapidez da obtenção do licenciamento junto ao governo do estado lembrando que, conforme resolução do Conselho Nacional de Meio-ambiente - Conama, aterros sanitários só podem ser licenciados ao término de complexos e minuciosos estudos de impacto que, se tivessem ocorrido, não recomendariam a construção na área escolhida. O ecologista afirmou que, em ofício encaminhado ao órgão ambiental encarregado de avaliar a liberação do licenciamento, o Ecotres atesta que a implantação do aterro no local indicado causará impacto de baixa intensidade, o que não corresponde à verdade em razão do patrimônio natural que irá se perder, cujo tamanho é equivalente ao de 20 campos de futebol.

Nascentes do Córrego Souza estão em risco máximo de contaminação, diz Pardal
Para Ricardo Rocha, o ECOTRES vende para a população uma imagem totalmente distorcida dos impactos ambientais decorrentes da implantação do aterro. "Cercar nascentes somente, não adianta, pois todas estão condenadas à contaminação, pois não há aterro sanitário com 100% de eficiência na captação do chorume gerado pela decomposição do lixo. Certamente, haverá infiltração no solo que chegará ao lençol freático e contaminará as águas do Córrego do Souza, mesmo com todas as medidas implantadas para evitar que isso aconteça. Nem a própria legislação acredita que a captação de todo o chorume seja possível, pois ela fala em redução dos impactos gerados e não em eliminação desses impactos."

Implantação do aterro ameaça fauna, flora, recursos hídricos, segundo denúncia
Ministério Público
Segundo o ambientalista (foto), com o início das obras, metade dos 20 hectares de Mata Atlântica já foram derrubados. Acusando as três prefeituras de promover uma chacina ecológica, o ambientalista frisou que, para acomodar o próprio lixo, além do gerado por Ouro Branco e Congonhas, Lafaiete está abrindo mão de uma riqueza natural inestimável. Pardal também cobrou explicações à Gerdau Açominas, por ter feito a doação de um terreno muito mais propício a abrigar um parque florestal ao invés de um aterro sanitário.O Ministério Público, através da Curadoria do Meio Ambiente já está de posse das denúncias de irregularidades no licenciamento ambiental, bem como, de documentos encaminhados pelo ECOTRES e o ambientalista diz não ter dúvidas ao afirmar que os técnicos do Ministério Público não terão nenhuma dificuldade em confirmar as irregularidades que ele denuncia à população de Lafaiete. “É preciso que a população de Lafaiete fique sabendo que este Consórcio Intermunicipal do Lixo só é bom para Ouro Branco e Congonhas, e extremamente lesivo para Lafaiete, que vai receber todo o lixo gerado nestes outros municípios, e nós precisamos reagir contra esta barbárie”, alerta o ambientalista.
Fotos cedidas por Ricardo Rocha/créditos www.fatoreal.com.br


